Blog Nipon Cosplay: A MADHOUSE ARRASA COM IRONMAN. LITERALMENTE FALANDO... TSC ¬¬

Que droga de falta de assunto!
Bem... façamos diferente hoje. Com o intuito de não ser maçante e repetitiva, ou maçantemente repetitiva, como, muito provavelmente, eu o tenho sido, sempre falando de monografias que não fiz, aulas que faltei, perseguições docentes e multas de trânsito, hoje, contarei a vocês uma histórinha... A história do dia em que meu pai foi internado no Prontocor.
Bem, o Prontocor, para quem não sabe, é o Hospital do Coração de Montes Claros. Eu não sei bem porquê, mas sinto que, ser internado no Prontocor, é um grande sonho do meu pai. Não foram uma nem duas vezes que o ouvi dizer: "passei tão!! mal essa noite, que quase tive que
ser internado no Prontocor!". Não na Santa Casa, não no Aroldo Tourinho, não no Dilson Godinho. Sempre e invariavelmente no Prontocor. Na próxima vez em que ele disser algo do tipo, não me esquecerei de perguntar: "mas porquê Prontocor, Daddy???"
O lance é que, certo dia, em plena quarta-feira de manhã (horário em que, supostamente, deveria estar trabalhando), meu pai aparece em casa e começa a preparar seu super, hiper, ultra, mega, power, tubo, Chuck Norris quite para pesca. Pegou a mega barraca com capacidade para quatro lugares, a super lanterna de 18 leds, o colchão inflavel, a vara de estimação, a famosa isca de trigo e outras gororobas que, segundo ele, é o caviar dos peixes (também acho um trocadilho muito idiota, mas tudo bem), seu canivete suiço multifunções e, é claro, sua
carteirinha de membro de um tal Clube dos Pescadores. Colocou toda a parafernalha no carro e, antes de arrancar com tudo, gritou para mim e para a minha irmã, instruindo-nos que, se alguém o procurasse, dissessemos que havia "passado muito mal e sido internado no
Prontocor".
Pela minha vasta experiência em assuntos paternos, adquiridas em 25 anos de convivência, posso assegurar que não existe coisa de que o meu pai mais goste na vida do que pescar, seguido de um bom churrasco. Não menos de uma centena de vezes, fui acometida por excitantes!!! sessões do mais puro tédio, tendo de ouvi-lo narrar, muito animadamente, suas epopéias pescarísticas que sempre se resumiam em: estar em um barco no meio do rio, imóvel, em silêncio, esperando... esperando... esperando... e depois de uma vida esperando... um peixe mordia a isca e ai começava a aventura, uma verdadeira luta de Titãs, como ele fazia parecer, entre meu super pai e o peixe que, se tivesse um nome enquanto personagem das histórias do meu pai, Poderoso Hércules cairia como uma luva. O desfecho era sempre o mesmo: "estava prestes a desistir! quando, do âmago do meu ser, tirei forças para continuar e venci! e trouxe o bichão pra casa! Quer ver???" Eu não queria, mas ele não me esperava responder. E lá ia ele buscar o peixe no congelador, que sempre possuia um porte entre pequeno e moderado, mas que, tinha sido o maior da vez. E não era de muito bom grado que a minha aceitava a mania maluca do meu pai de guardar no congelador o maior peixe pescado na rodada até que pescasse um outro que o superasse. E era assim que, em épocas pouco propícias à prática da pescaria, esse peixe ficava por semanas, as vezes meses! congelado, tomando um espaço considerável e
muito necessário da geladeira. A saga da minha mãe reclamando disso fica pra outro post.
Voltando à internação do meu pai no Prontocor, eis que liga na minha casa um amigo e cliente, muito desesperado, do meu pai, chamado Otto. Minha irmã atende e segue-se, eu suponho, o segunte diálogo, já que eu não estava presente quando o mesmo ocorreu:

Otto: Alô. O seu pai está ai??? ele me disse que me entregaria o meu serviço ontem!!! Estou em minha casa esperando sem poder sair e nada!
Minha irmã: Ele não está aqui. Passou mal e foi internado no
Prontocor. (¬¬ quando eu soube, também não acreditei que ela tinha levado tão à sério as instruções)
Otto: O QUE???? Meu Deus!!! Quando foi isso??? O que houve?????
Minha irmã: Acho que foi pressão alta...
Otto: POr favor, anote o meu telefone. Mantenha-me informado. Se precisar de qualquer coisa, pode me ligar!
Minha irmã: Ok.
Otto: Certo. Muito obrigado. Eu torno a ligar mais tarde.

Mais tarde, liga uma mulher reclamando da mesma coisa:
Cliente: Onde está o seu pai? Meu serviço está super atrasado e ele não atende o celular!
Minha irmã: Meu pai passou mal e foi internado no Prontocor.
Cliente: Minha Nossa Senhora!!!! Como assim? Quando foi isso?
Minha irmã: Ah... foi hoje de manhã...
Cliente: Por favor, me liga se tiver alguma notícia. Diga a ele que gosto muito dele e que desejo melhoras.
Minha irmã: Direi.
Cliente: obrigada.

Se mais pessoas ligaram, eu não sei, já que evitei atender ao telefone porque, infelizmente ou não, eu nunca tive muito talento para a mentira, sou sempre acometida por uma gagueira e uma instabilidade incomuns que logo denotam meu estado.
Fato que, tudo correu normalmente durante todo o dia, até que a noite, meu pai chegou da pescaria, contando suas anetodas, sua epopéia de sempre e a ferrenha batalha com o Poderoso Hércules da vez, adentrando a casa pela porta da sala, caminhando pelo corredor até chegar a
cozinha levando num saco os peixer que havia pescado, pingando água por todo o trajeto e a minha mãe atrás, esbravejando com um rodo na mão, limpando a sujeira. Colocava o Poderoso Hércules no congelador, não sem antes exibi-lo para nós (sim, ele nos acordava a todos para ver os peixes...) pegava um ou dois, limpava no tanque, sob mais protestos da minha mãe, e só
depois ia dormir, muito feliz, pode apostar.
Na manhã seguinte, estou eu em casa tranquila, quando o telefone toca. É a minha tia Pia, irmã do meu pai.

Tia Pia: Karine, onde está o seu pai.
Eu: Está trabalhando.
Tia Pia: Não está não. Ele passou mal e foi internado no Prontocor. (Disse com uma voz muito tensa de filme de suspense)
Eu: O QUE????????????? Como foi isso?? Quando?? Quem te disse?
(Perguntei eu desesperada, tremendo, confusa, me apoiando no sofá para não cair)
Tia Pia: Um amigo dele chamado Otto contou para o meu marido.
Eu: Otto?
Tia Pia: Sim.
Eu: ¬¬'... Sei quem é... (Disse eu mais tranquila).
Tia Pia: Pois é, ele disse que o seu pai está internado desde ontem, você não sabia?
Eu: ô! Se sabia! Na verdade, ele foi pescar ontem e nos instruiu que dissesse a quem ligasse que havia sido internado no Prontocor, muito provavelmente, por sair no meio do expediente de trabalho tento alguns clientes esperando.
Tia Pia: NÃO ACREDITO!!! (irada)
Eu: Nem eu! O Otto ligou aqui ontem e Adrinay falou transmitiu o recado.
Tia Pia: Eu vou ligar pra Otto e contar a verdade! Ele está desesperado e já estava indo ao Prontocor visitá-lo. Seu pai é louco!! Não se brinca com essas coisas!
Eu: Faça isso.

So sei, que o boato correu o mundo! Esse Otto tinha relações muito extensas e dezenas de pessoas começaram a ligar na minha casa querendo notícias do moribundo do meu pai. Nem sabia que ele era tão querido! Claro que tivemos de desmentir a história sob protestos de indignação muito justificáveis.
Isso lhe rendeu uns bons apelidos, e um certo descrédito, mas ele nem ligou. O importante é que ele não passou vontade (disse morrendo de rir). Queria pescar e foi (isso me lembra alguém que eu conheço)! "Vai que um dia desses passo mal, sou internado no Prontocor e não resisto? Pelo menos curti a vida!"
Tá certo!
Mas acho que seria válido contar pra ele a historinha daquele garoto que "gritava lobo"...

A MadHouse, a BIG MASTER das animações fodásticas (isso claro, se não atentarmos para o que eles fizeram com o Wolverine), providenciou para nós, otakus desvairados, uma versão de IronMan! (eu não devia ter usando essa exclamação). Acontece que eu detesto adaptações. Sabe aquela teoria Newtoniana, posteriormente melhorada e difundida por Albert Einstein em meados do século XX, que apregoava, muito sabiamente que, "cada um deveria ficar no seu quadrado para manter a hamônia do cosmo"? Pois é, eu sou partidária dela. Assim como americanos nos animes nunca deu, nem dará certo, japoneses nos comics também não haveria de prestar. É o que eu penso do IronMan.
Em termos de gráficos, embora eu não tenha nenhuma qualificação para julgar, apenas comparativamente falando, eu curti bastante. O traço é mais real, por assim dizer, e eu valorizo muito isso. Nada de cabelos coloridos e coisas do tipo.
Já o enredo... esse sim, é uma droga! É simplesmente horrível quando a gente tem uma idéia pré-estabelecida de algo e, do nada, essa ideia é, senão desfeita, deturpada por alguma coisa. A frustação é enorme. Tipo quando adaptaram o livro "A Escrava Isaura" para a televisão e colocaram atriz Lucélia Santos no papel principal. Enquanto a Isaura de Bernardo Guimarães era muito formosa e perfeita em feições, Lucélia era, se não feia, demasiadamente comum. Minha mãe ficou arrasada! (claro que foi minha mãe quem me contou isso!!! Eu só tenho 25 anos, caramba!)
E assim foi com IronMan versão anime... embora tenham preservado a personalidade dos personagens (ainda temos um Stark canastrão, mulherengo, irônico, cínico e muito seguro de si), o enredo decepciona. No anime, Tony declara que está se aposentando da sua breve carreira como IronMan e, para não deixar o mundo desprotegido à ver navios, desenvolver uma versão adaptada de sua armadura, a IronMan Dio, para produção e comercionalização em massa.
Eu nunca acompanhei a saga de Toni Stark nas HQs, na verdade, eu nem sabia da existência desse super heroi atipico até assistir ao primeiro filme e depois ao segundo, que achei bem ruizinho em termos de enredo. O mesmo problema de sempre, abusa-se dos efeitos especiais e se banaliza o enredo. E foi assim, que o climax do filme não durou nem 2 minutos. Quando a coisa ficou boa!!! a gente teve que vestir a roupa e ir embora. A batalha entre o IronMan e o Russo fodão, mal encarado, deveria ter tomado proporções maiores e não ter acabado como uma brincadeirinha de criança. Aquele Uni, Dune, Te entre dois mega robôs com o mega vilão no meio (mas ainda foi melhor que o filme do Pelé).
O fato é que, muito provavelmente, quem gostou do filme, ou acompanhou as histórias do heroi nas HQs, não vá curtir o animê. Mas se você ainda é virgem em IronMan e não é um otaku dos mais exigentes, ou pior! é do tipo que idolatra a MadHouse e adoraria até a versão anime de Chapeuzinho Vermelho se produzida pela mesma, com certeza vai adorar o anime! Ai é contigo!
Mas que a MadHouse arrasou... arrasou, só boicotando mesmo. Eu vou ficar com a versão cinematográfica, ando com muita preguiça de HQs ultimamente....