IRON MAN PROJECT BY RODRIGO SEFHY

"Fiquem com Deus. Mamãe"

Foi assim que minha mãe finalizou um bilhete que deixou em cima do fogão (antes de viajar para Belo Horizonte para sofrer as algrúrias de uma capacitação do Hemocentro de Montes Claros, regada a muito luxo e mordomia num hotel cinco estrelas na capital mineira), avisando-nos, a mim e a minha irmã, que o gás havia acabado, que ela não tinha feito café e nem comida para nós e que nos virássemos do jeito que desse até a semana seguinte.

Depois da frase "não fiz o café", que me tirou o chão por uns segundos e me deixou, e deixa ainda hoje, dois dias depois, aturdida e desesperada!, aquele "mamãe" me chamou a atenção num segundo plano e, por um tempo, aquilo ecoou dentro de mim de uma forma nunca dantes percebida.

Eu tenho 25 anos, como não faço questão de esconder, já que as marcas de expressão já o têm denotado, a despeito das centenas de reais em cremes antidade em que tenho investido, desde os 12 anos e, nesses 25 anos, não me lembro de ter me referido a minha mãe por "mamãe". Aquilo me causou um certo constrangimento, tenho que admitir. Por que "mamãe" à essa altura do campeonato? Isso me fez refletir sobre o meu relacionamento com a minha mãe, sem o "ma" duplicado, como sempre a chamei, desde que fui agraciada com o dom de falar e do qual me valho mais que a conveniencia recomenda. Eu nunca fui muito sentimental. E lembro-me como me constrangia e incomodava quando minha mãe me pedia que colocasse a cabeça em seu colo para que, sem motivo aparente, me alisasse os cabelos. E quando me dava um beijo no rosto, o constrangimento era ainda maior! e eu limpava com as costas da mão e dizia: "eu não gosto disso!". Mas na verdade eu tinha vergonha. Nada me deixa tão sem ação quanto demonstrações simples e despretenciosas de carinho. Mais uma coisa que tenho em comum com meu pai. E aquele "mamãe" inesperado fez-me pensar no meu relacionamento com minha mãe. E na falta de paciencia que tenho remetido a ela nos ultimos tempos. Eu me lembro, quando eu tinha cerca de 6 anos, chegava da escola às 5 da tarde, ela ia tomar banho e eu me sentava na pia e lhe contava como tinha sido meu dia, e recontava, com muita riqueza de detalhes, as histórias que a professora tinha contato e omitia, é claro, que eu tinha ficado de castigo de novo, por mal comportamento. Hoje, a gente não se vê com muita frequencia. Mas algumas vezes, enquanto ela está tomando banho, eu ainda me sento na pia (mesmo ela dizendo que um dia ela se partirá, afinal eu estou com uns 50 kilos a mais!) e dessa vez, é ela quem me conta de seu dia, de seus temores, de suas angustias. E eu sempre correndo, sempre impaciente, sempre respondendo "uhum" pra tudo. E termino de escovar os dentes e saio do banheiro e ela continua falando, e eu grito lá de longe: "não estou mais te ouvindo!" e saio apressada pra qualquer lugar mais importante, que pode ser o curso de inglês, a academia, a faculdade, o bar de sempre, a casa de um amigo... E assim termina mais um dia, e se eu não fizer algo, muitos outros terminarão até que uma de nós não esteja mais, seja sobre a pia ou de trás do boxe. Foi essa a torrente de ponderações a que aquele simples "mamãe" me remeteu. Pode ser um sinal... ou pode ser uma falta de intimidade com a semantica da palavra mesmo. Vai saber...

No post de hoje, que na verdade é de ontem, já que estou ociosa demais no trabalho e, por isso, aproveito a oportunidade para adiantar os posts já que estarei Off na ultima semana, disponibilizo mais imagens do Iron Man desenvolvido pelo meu amigo Rodrigo. Diante da manisfetação da minha total ignorancia quando a complexa confecção de uma armadura através de uma base de papel, o Rodrigo, muito gentilmente explica:

"Explicando, o projeto vem de um modelo 3D do Iron Man. Como sou adepto do papekura (arte de modelar papel), uso um programa para me ajudar na montagem do papel o "papekura design". Assim, após o molde no papel, passo para a finalização usando fibra de vidro, massa acrílica, detalhamento e pintura."

(esse trem vai dar um trabalho!!!!!!!)

O mesmo encerra gentilmente dizendo que, em caso de duvída, está à disposição. Após autorização do mesmo, divulgarei um email de contato para que os interessados sanem suas dúvidas.

E esse foi um super post internacional saido do terminal Rodoviaria do Tiete na cidade de São Paulo. Es tou numa lan house que cobra R$ 4,00 por 24 min de Internet de velocidade razoalvel! É o fim!!!! Em Montes Claros daria para comprar 20 pães-de-queijo! Já estou com saudades dos meus paes de queijo! Amanha, partirei rumo ao desconhecido. Se tiver acesso a internet, farei outros posts durante a viagem. Não me esquecerei da meia duzia de pessoas que dizem me ler todos os dias.

Muito obrigadaa todos!

Boa viagem pra mim e para você também, mesmo que vá apenas ler um livro.

Beijossss!!!!