AGORA EU SOU MAIS EU, E VOCÊ???

São quase seis da manhã (horário de verão) e eu estou aqui pensando... pensando... na loucura dos relacionamentos. Não! Não baixou o "Antônio Roberto e Você" em mim, não! Fica calmo! Só estou pensando por não ter nada melhor para fazer. Eu me considero uma expert em Paixonite Aguda, segundo dizem, nós, do signo de cancer, somos extremamente intensos e despreendidos quando se trata de paixão. Vivemos o momento muito loucamente, levamos tudo às últimas consequencias. Claro que acreditar em signos é para tolos! mas que dá certo, dá. A paixão dá sentido às nossas vidas, por mais que doa, como acontece na maioria das vezes, já que um sempre gosta mais que o outro e sempre está mais disposto a arriscar-se, a largar tudo, a pular de cabeça! (seria uma super feliz coincidencia se ambos fossem do signo de cancer)...
Num dado momento, geralmente no momento da descoberta um do outro, daqueles flertes sem proposito, a fase do "se der bem, se não amém", é uma delícia! Uma brincadeira de adultos. Um jogo de pensar, de imaginar situações e vivê-las sem compromisso. E nessa fase, podemos até brincar (eu disse brincar!!!) de relacionamento, e fazer os planos loucos que nunca se realização (?), como velejar em manhãs de domingos ou assistir ao nascer-do-sol, abraçados, numa praia deserta... Quando se é de cancer, coisas assim realmente podem vir a acontecer, mas quando, infelizmente, o outro é de um signo qualquer, tudo tem um porém, um mas, um no entanto...
Mas não é disso que se trata meu texto sério (isso mesmo, eu gosto de falar a sério as vezes, mostrar que eu não sou só um rostinho bonito (ok, risos para isso), mas que eu penso um pouco as vezes, nas madrugadas, quando não tenho nada melhor para fazer), como eu ia dizendo, antes do meu parentese enorme! Nesse texto eu quero falar do lado negro da força da paixão.
Paixão é bom! Que fique bem claro que é isso que eu penso, porém... tem suas desvantagens. Enormes desvantagens, eu diria...mas que, ainda assim, não suplantam as vantagens, entende???
Depois dessa fase de praias desertas, descoberta e talz e, se a brincadeira for bem conduzida (como acontece quando se tem um mestre de RPG muito fodão), a coisa fica séria... e o que era divertido torna-se uma espécie sadia de obsessão (sei que isso é um paradoxo, mas eu consigo distinguir uma obsessão sadia de uma doentia). E a ânsia e a necessidade do outro torna-se tão intensa e tão latente! que todo o resto é deixado em segundo plano, estudos, trabalho, família... e pensa-se no outro no tamanho que é o dia e qualquer migalha de atenção serve para acalentar um coração apaixonado. É o que vem a seguir são humilhações constantes, submissão, sujeição, degradação, sarjeta, cachaça de má qualidade e por ai vai...

Então eu pergunto, meus caros: isso há de ser uma coisa boa??????

Claro que não é!! Definitivamente NÃO!!!! NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOO!!!! NUNCA! NEVER! JAMAIS!!!!

Mas faz parte... Aliás, essa é uma parte fundamental do processo, que é para o que você olha depois dessa loucurema sentimentosa, sente vergonha de si mesmo e faz diferente da proxima vez. Valorize os momentos de degradação. Faça o que tiver vontade de fazer, por mais que seus amigos digam que não.

Mas é importante ter em mente, que a dor causada pela paixão, por mais que se aloje, não vale o aço da bala...

Nesse texto, quero ponderar sobre essa condição da paixão humana... Até onde vale a pena viver isso?
Eu sempre acreditei que relacionamentos, namoros, paixões, casamentos e afins devem partir da premissa: "ok, eu gosto/amo/adoro/idolatro/salve-salve você!, mas gosto+1/amo+1/adoro+1/idolatro+1/salve-salve+1 a mim mesma", por que???? Bem... a relações são instáveis demais... seres humanos são instaveis demais... e assim como, sei lá, o gráfico da curva ABC dos estoques, as paixões atingem o seu ápice e depois declinam... o amor não, o amor é intediantemente imutável, por isso é seguro e agradável. Já a paixão, tende a acabar. Se você tiver sorte, e paciencia, ela se transforma em amor e você estará fadado a viver os mais intediates e lindos momentos de sua vida! mas, se acontecer o que é natural nessas situações (prefiro chamar de natural que de azar), a paixão vai acabar e você pode fazer duas coisas:
1 - Lamentar horrores e perder alguns meses de sua vida perdido na dor da perda do que nunca teve ou,
2 - Repicar o cabelo, sair com os amigos, viajar para longe, conhecer pessoas e dirigir em alta velocidade ao som de I'll Survive!
A escolha é sua, é sempre sua. Porque, como disse Nietzche, e nisso, apenas nisso, eu concordo com ele:
Em termos de paixão, "amamos desejar mais do que amamos ao objeto do nosso desejo".
Sensações meus caros... é tudo por causa das sensações...
Você não precisa de ninguém!