sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

HAPPY 25TH DECEMBER DAY!!!!




Então é Natal...
Tenho que confessar-lhes que, bem como outra data festiva qualquer,o Natal em nada me impressiona. Minha família é evangélica há pelo menos 5 gerações e, para nós, digo nós embora eu não me inclua de todo, o Natal sempre teve aquele sentido genuino de nascimento do Salvador. Nada de 'comercialismo' no Natal, representado por árvores e afins, era o que a minha dizia. Mas eu insistia e, como qualquer outra criança, fazia muita questão de uma árvore e de presentes. Lembro-me passava semanas na montagem da minha Árvore de Natal, o que naquela época era um épico, pois não se encontravam enfeites aos montes por R$ 1,99 como hoje em dia e os famosos pinheirinhos eram absurdamente caros, ao menos era o que me diziam. Os acessórios eram feios, feitos em gesso, muito pesados, sempre despencavam da árvore e quebravam, fosse a ponta do gorrinho, ou o nariz vermelho do infeliz do Papai Noel, bem como meu coração, e meus olhos enchiam-se de lágrimas por ver prejudicada a beleza da minha árvore singela. Fazia uns presentes com caixas de fósforos. A estrutura era feita por um galho de árvore que eu passava horas procurando por ai. Cobria de verde com aquele negócio peludinho que brilha, aqui chamamos de festão. Pendurava as bolinhas e as luzinhas que eram enormes e pesadas e me conferiram, certa vez, o maior choque da minha vida! e estava pronta! Sempre no mes de outubro, pois eu era uma criança muito afoita, como ainda o sou na idade adulta e não conseguia esperar a data certa. Chegava o meio de novembro, eu nao suportava mais olhar para a árvore. Para o meu pai, o Natal, assim como qualquer outra data especial ou dia comum, era a época perfeita para comprar para as filhas os brinquedos que ele nunca teve. E não se espante se eu lhe disser que eu e minha irmã tinhamos carrinhos, pistolas e aviões aos montes.
Era sempre o mesmo ritual, um dia qualquer, minha mae sentava-se no quintal, e eu aproveitava a oportunidade para pedir-lhe que me ajudasse com a minha carta para Papai Noel. Nunca acreditei nele, mas sabia que meu pai adoraria se eu fizesse que sim. Minha mãe não gostava de mais essa manifestação de "comercialismo", mas acabava cedendo. Eu tinha cerca de 6 anos, escrevia a carta em meu nome e no da minha irmã, que na época ainda nao havia aprendido a escrever (e ainda não o aprendeu, considerando alguns termos). Lembro que não sabia escrever o nome dela, engolia o segundo "a", saia sempre Adriny, mas minha mãe dizia que o velho entenderia. Depois, na falta de uma chaminé, colava a carta dentro da churrasqueira e, era com muito pesar, que a via desfazer-se em cinzas no dia 24 com os churrascos megalomaniacos que meu pai fazia para meus detestáveis parentes e seus anexos. Mas o tempo foi passando e fui incorporando os principios de minha mãe, pois o Natal me dava cada vez mais trabalho a medida em que eu ia crescendo, já que agora, era eu quem tinha que dar os presentes e escrever dezenas de cartões bregas com os mesmos "sinceros" votos de feliz Natal para você e sua família que eu nem se quer conhecia. Definitivamente, o Natal não tem muito sentido de festividade para mim, reconheço e respeito sua importância enquanto cristã, mas aos com que convivo, não esperem um telefonema meu, um cartão, ou um scrap que seja desejando-lhes paz nesse Natal ou felicidades. Não preciso de uma data, qualquer que seja, para desejar que eu ame seja feliz e pleno em seus feitos.
Aos que me lêem, desejo mesmo um ótimo dia 25. É uma excelente oportunidade pra comer umas coisas diferentes e se reencontrar com parentes insuportaveis esquecidos e esquecer sua insuportabilidade.
Um grande beijo a todos!!!!
E não se esqueçam do verdadeiro sentido da coisa toda, aliás, não se esqueçam disso nos outros 364 dias também. É muita hipocrisia potencializar a efetividade de sua memória somente quando ao som dos dingle bells....




Um comentário:

  1. Engraçado que na minha casa, teve todo esse ritual este ano ai
    e eu até estranhei. Graças a Deus não houve ainda, visita de parentes. Mas foi um ótima oportunidade pra rever amigos que eu não via há anos.

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